Submersa
(Elinando F.)
Árvore sem graça, Tu pereces fincada nesta Terra
As estações vão e vêm, enquanto permaneces quieta
Desse mesmo tamanho, limite estagnado pro teu desenvolvimento
És o pior da graça, duma tristeza que nenhuma floresta merece.
Se me deste sombra, foste umas das, mas não te esqueço
Beleza que é grande perde a cor, o sorriso sai do meio
Ah! Como não deixa de ser horrenda esta tua situação
És uma mulher em climatério, a enrrugar de vez os ossos.
Árvore sem graça, até parece que um dia perdeste a máscara
Mas é ilusão imaginar que te roubaram o nutriente, o pouco d´agua
Tu morres bela, um espantalho cinzento, cheirando a lavouras
São lembranças ao longe, fazendo-me viver p´las tuas dores.