Sunday, July 22, 2007

Essoufflé

Essoufflé
(Elinando F.)

Cansado, e a tranquilidade que me falta é aquela que eu não tenho por não querer ser a bala fulminante no coração sufocado.
Falta-me a substância, a origem que propaga a cor da experiência a se transformar em fato, mas jamais fui inventor, só cientista de mim mesmo, louco a formular padrões de entradas sem saídas.
Ah, se a poesia fosse um suspiro, uma inspiração como um aroma de aurora! Teu sorriso é a miopia que ofusca meus dentes: É assim que tu me vês? Oh estrela de meu teto branco na madrugada! Assim eu imploro por esse amor tão fatigado quanto eu!
Haveria de dá espaço, apenas a vez, uma única vez de chance, mesmo no desejo pálido, no toque falso de minha embriaguez. Ah, eu não te falo! Assim eu falo do quanto me calo, pois de cansado, na dor eu me embalo de uma só vez!

Wednesday, July 18, 2007

Rua Bom Jesus

Rua Bom Jesus
(Elinando F.)

Encontrei Jesus! Sim! Eu estava perdido! Procurava um lugar pra achar, alguma rua, alguma esquina, e ao longe avistei-o, olhando-me com uma expressão de desapego, era ele, não poderia ser Outro.
Ali me encontrei, pois ali me lembrei de um dia ter passado, pois era meu caminho para a Salvação, que de tempos em tempos, percorria numa peregrinação neutra, anestesiado para com o mundo, vendo a miséria girar em torno de seu próprio eixo, que de imaginário não tinha nada! Eu via tudo com os olhos que Deus me deu, com a chance lançada às mãos de um plebeu, que tendo sua espada, garantia como ouro sua Felicidade. Sim! Ela estava bem adiante onde não se via nada, só a Verdade, beleza rara, paisagem infinita da arte antiga, escupida aos moldes de um Jesus, cheio de moral e mensagens divinas.
Seja Bem-Vindo à Rua Bom Jesus! Ela é a rua que eu tinha esquecido, mas encontrei novamente uma saída...

Monday, July 16, 2007

O Disco

O Disco
(Elinando F.)

Nesse espaço de ritmo intenso, ainda não se teve tempo de uma pausa - Que ela não venha, para que não haja espelhos. Mesmo que me defronte diante algum, dentro de mim irão me cercar da mesma imagem: Sujeito de identidade perdida, preenchida desse ritmo, confusão que se propaga e não pàra, que salva a ponto de fazer o tempo correr adiante sem saltos, mas embriagado de sonhos, visões de um paralelo prestes a quebrar de vez os espelhos do passado...
Vagando nos pensamentos plásticos, o mundo gira em movimentos espásticos. Sou cidadão de uma ilha de flagelados, mas hei de acenar à linha do horizonte e dizer que o brilho ao longe é o mesmo da fonte que não vejo, por estar em volta de um caminho tão denso.
Eu tenho o espaço e esse ritmo, esse pensamento elástico que de tão vivo, é a loucura que mantém as imagens de um Universo infinito, onde as estrelas são metáforas de um jogo de luzes de Sorrisos.

Sentimento Dos Fundos

Sentimento Dos Fundos
(Elinando F.)

Estou triste a ponto de querer chuver, a ponto de não querer me ver além da nuvem de chuva, imensidão cinza que me vaga intensamente como o frio a impregnar numa dor transcedental.
Querer morrer, querer chuver a ponto de não chorar e arder, queimar num Sol que dentro se apaga e acalma com o sangue que amorna as mágoas.
Sou assim desde que vim para saber como são essas coisas, entedner porque chove e não se molham os ventos, é assim que sou assim, Triste como estou vos dizendo.
No museu onde trabalho, eu fiz tudo com minhas mãos, porém nada durou o suficiente, pois morri de sono e não acordei mais, doente de prazer por um fim que em mim, sorri num tom de paz.
Memórias do sofrer, minúcia dos olhares que se calam, pois não me há nada a dizer quando cansei de me cansar quase de tudo. Oh! Para que eu fui morrer, maldita angústia que me fez assim tão triste, a ponto de querer ser feliz à qualquer ponto.