Wednesday, September 30, 2009

Turismo Selvagem

Turismo Selvagem
(Elinando F.)

Muitas das pessoas têm pensamentos diferentes. Atrás de seus arranha-céus, sempre tem uma mente indiferente. No horizonte longínquo que transborda a desigualdade, eis que no meio deste desastre vejo um vencedor: Um pobre caído, o dia todo falando suas reclamações, eu sei que ninguém vai o entender, eu sei que ninguém entende. Enquanto restauram o seu teto improvisado, constroem um novo apenas para mostrar a história, uma nova história imutável. E pensando bem, viajando por outros lugares, sinto a necessidade de não mais pensar, serão apenas coisas memoráveis, imagens belas, imagináveis. No porão do esquecimento eu guardei um tesouro, lá não há chama, mas o Ouro reluz: Eis que não são olhos de gato, é um fato que ninguém consegue ver...

Wednesday, September 16, 2009

Cogumelo Do Sol

Cogumelo Do Sol
(Elinando F.)

Na enteogenia do momento, a semente ancestral em mim se desdobra, quando às portas do Reino Vegetal, sou ensinado a guardar respeito e segredo, pois o caminho até chegar a terra é sagrado, dada as condições inerentes ao clima do nosso espírito. Guiado a um cume de neutralidade, cabe-me manter os ouvidos da mente em silêncio, sentir o som que o movimento das cores se desdobra em frases orgânicas: Sou produto de um cuidado imenso prestes a despontar no chão. A chuva, a luz, a sombra, a umidade e a temperatura são meus co-fatores, necessito dos nutrientes essenciais para que meu sangue flua em harmonia e ritmo adequados. Lição guardo de ser meu próprio jardim, ao redor de mim hei de ter toda beleza possível. Resta-nos então a firmeza, sabedoria ante o fracasso, pois a energia do Sol é a cura pra todos os males, em manhãs ferozes de vida em nossa homenagem...

Wednesday, September 09, 2009

Nice Shot

Nice Shot
Elinando F.)

É de se ver um sorriso distante, longe do desejável, tão perto diante os olhos. Dura pouco essa declaração, eu sei que hei de um dia pisar no mesmo lugar de sempre, mesmo que não haja mais ninguém, o mar ainda não terá tempo de chegar por lá. Eu sei que não vou tarde, mas poderia ter ido cedo demais, se não fosse a velhice do mundo que atrasa os passatempos mais ingênuos do ser humano. Aprendi com um escritor que é preciso escrever leve, para que nossas mãos não cansem: Aqui estou sorrindo diante meus olhos, eu não os vejo mas, além de uma folha branca há um espelho de uma satisfação de dever cumprido... Os braços doem mas o descanso é da insaciável mente.