Saturday, March 31, 2007

Inconsciente Abortivo

Inconsciente Abortivo
(Elinando F.)

Os meus animais estão morrendo
Quanto os amava! Eram meus filhos...
Agora velhos, partem sem avisar
Morrendo firmes no meio do caminho

Viviam em algum lugar escondidos
Saíram da cova como mortos-vivos
E agora como filhotes, me olham doentes
Sem mais rumo, sem mais abrigo

Demoro a compreender esse infortúnio
Por tanto tempo de amor sofrendo
Libertei-os da vida e agora salvos
Partem felizes desse mundo exaustivo.

Thursday, March 08, 2007

A Farsa

A Farça
(Elinando F.)

A grande farça vem como uma onda
Ela vai me levar não sei quando
Desabar de vez como um sonho frágil
Avisando seu fim da forma mais nua

Vinda como um rosto dessecado e cego
Ela vê em mim como único Cristo
Dentre os muitos nomes que foram
Os guardiões de um sentimento esquecido

A grande farsa vem como um sinal
Que o tempo é falho quando o inimigo
Eternamente lhe dando sombra e abrigo
Abandona de repetente o sangue iludido.

Sunday, March 04, 2007

Breve Saudação

Breve Saudação
(Elinando F.)

Exatamente, seria inexato dizer
Desenhar com os dedos as imagens
Pedalar do chão até os ares

Sinceramente, seria complicado saber
Pensamento incoerente com a lógica
Dispersa no tempo que vai pro infinito

É assim por dizer que seria
Cadeia de uma loucura bandida
Dando eternos adeuses sem querer partir.

O Foco

O Foco
(Elinando F.)

A ânsia de ver ao longe
Faz-me enxergar tudo de perto
As galéias depois dos mares
Aqui do alto onde soa os ares

Perfeita resolução do belo
Na distância de um foco célebre
É a vista dos melhores sonhos
Aos olhos desse vôo-mestre

Ah! Se me dessem o mundo
Faria da Terra um museu de arte
Horizonte repleto dessas cores
Enchendo a vida de imagens.

Um Pouco de Verde

Um Pouco de Verde
(Elinando F.)

Bem que me dizem com os olhares
Os pássaros cantam essa mesma frase
E eu vejo recitando versos aleatórios
A poesia das vozes perdidas nos bares

Jamais iria imaginar qu´a essa altura
Sendo algo incerto de volta ao mundo
Quando no espaço de um imenso vazio
Teria razão em pertencer ao que existiu

Parece uma rajada de absurdos
Sem o mover das paixões que tanto inspiram
Mas tenho a dizer sem mera ressonância
Que continuo sendo esse pouco de esperança.