Saturday, February 20, 2010

Vôo do Esquecimento

Vôo do Esquecimento
(Elinando F.)

Pássaro negro, Tu que invadiste este mundo vindo de meus sonhos, agora pousas na minha cama. Para todos os lados que olho tu te escondes: Sinto tuas garras afiadas passearem ao redor, Oh eterna figura da morte!
Para aqueles que não me acreditam, eis que ainda estou vivo, quando no exalar deste meu hálito noturno, evoco alucinações volvidas às torrentes do amanhecer como parte do silêncio que me roubaram em vida.
Ave sombria, a minha cabeça repousa em ti, e tuas asas erguem meu vôo a terras distantes, cruzando os mares das correntes frias e sonolentas.
Saiba que não temo as nuvens cinza, as árvores esqueléticas e a neve lamacenta de invernos passados. O calor, que me levou aos teus gélidos braços, foram-me lição e as cores que o Sol tingiu meras lembranças. Eis que tu, Oh pássaro do esquecimento, serás a águia que irá retornar a minha mão, nos bosques onde a solidão me encontrar novamente.

Wednesday, February 10, 2010

Passeio Translúcido

Passeio Translúcido
(Elinando F.)

Jovem rebelde, fugindo de casa, voltando pra casa, como sem saber de onde veio.
Sem sono, dorme incompleto, nas varandas do esquecimento, avistando a Lua de manhã, tão absurda aos pés do Sol!
Nas ruínas do passado, ao lado de paredes se afundando, vê enterrado sonhos e um velho ao longe caminhando a ouvir o desespero da vida no Mar.
Se ninguém o entende, ele segue seu caminho ao lado da Lua, tão absurda aos pés do Sol!
E na cronologia de um remoto desprezo, lembra que este é só o começo, o início de um caminho mágico, sob os olhos de um projetor irônico que revela as imagens eternas de um caleidoscópio natural.

Wednesday, February 03, 2010

Crise de Ausência

Crise de Ausência
(Elinando F.)

Na ínfima imagem dos sonhos de outrora, restam-me as lembranças douradas, pois me é luxo o brilho nos olhos, as coisas verdes, as mudas das plantas exóticas.
Fixei-me como estátua, marco de batalha, uma pausa eterna de ângulo intenso.
Por que fui ser assim tão impulsivo¿ Errei várias vezes nas mesmas coisas, e hoje pareço um espírito servindo de conselheiro aos errantes.
Cansado, sinto-me mecânico, enjoado de mim e distante, a sombra de uma pessoa de alma que estando cega, vai de encontro a caminhos que não lembro mais.
Coragem¿ Ela não significa mais nada! O desafio virou comédia. Só me resta suportar esta ausência, a solidão de não ter sido amado o suficiente...

Monday, February 01, 2010

Cama de Solteiro

Cama de Solteiro
(Elinando F.)

O meu País parece dizer "Não vá embora!" quando eu vou...

As coisas começam a se mover: Deixo um grande momento que surgiu, jogo mais uma oportunidade para os outros.

Sou retirante, nasci para ser pobre em algum lugar distante, provando da lição acerca dos nossos inimigos.

Aprendendo com a Saudade, chorando pelo Coração: Diria que deixo uma parte de mim em cada um desses momentos, e a vida segue indefinidamente com seu sorriso de existir.

Sou retrato na folha de papel, um amigo das horas mais tristes, mas sou companhia, pois preciso de companhias, de um palavra, de um livro, de um som, mesmo que seja mal tocado, necessito desse amor que não se dá, mas que lhe ouve e aconselha.

Eu parto novamente arrependido, carregando preso a mim um monte de latas vazias e barulhentas, as histórias mesmas de quem acreditou e sonhou sem nunca ter deixado seu Lar, sua Cama de Solteiro.