Sunday, April 30, 2006

Floresta Pontilhada

Floresta Pontilhada
(Elinando F.)

Eis um eco nesse recinto: O eco do silêncio e suas pontuações brancas na escuridão. Pareço contemplar a melancolia e estados profundos da mesma origem. Brota em mim então uma beleza inexpressiva, sem momento ideal para se expor, pois se é dor, dispara sem que se note o instante e desaparece como uma lágrima. Eis um incômodo, um toque de olhares nunca direcionados que parecem sentir o cheiro inodoro de suas fantasias mais indiscretas.
Essa associação atrai de certa forma uma rede de espertos: Sim! Eles parecem me seguir e mudam constantemente de formato e cor. Essas variações realçam ainda mais seus poderes inebriantes de querer persuadir com movimentos voluntários, cuja suavidade não demonstra uma segura introspecção. Creio que, por opção, esse mundo se amontoa para não desmoronar de vez, triste fim é saber que esse tipo de conjetura é uma carícia que esse vento morno dispersa pela noite.
Faço-me então um gatilho e meus dedos saem brasas enquanto o fogo arde em meus olhos. Essa história parece ser a mesma que me contavam e assim a mesma sempre existiu, deixando de ser um lema, para seguir um destino mais cruel, a mais infeliz saga sem capítulos, o recorte do momento mais tenso de uma existência: Perde-se assim a graça e o consolo sempre vem quando sem esperar, cai em suas mãos a gota preciosa do sangue verde que conduz a inevitável extinção.
Sou assim, esse corpo voador e leve que paira nos frutos que amadureceram anteriormente, capazes de ver e ouvir cada código que clareia qualquer cipoal. Tendo essa característica, não hei de me afastar das batalhas, e rente a essa situação, apenas cubro e faço uma linha, sigo assim esse pensamento, tendo em mente que ninguém é único quando se decide partir sozinho na densidade fechada, mas que não inunda.

PS:. Eu fiz esse texto no trabalho (quando eu tava trabalhando). Decrevi os aspectos abstratos que estava sentindo.