Sunday, July 23, 2006

Adornos

Adornos
(Elinando F.)

Não vão te servir estes cacos de vidro
Só hão de cortar tua pele ou te fazer riscos
Bem sei que se fossem de cristal serviriam
Ao menos para usares como um adorno, um brinco...

A carapaça da explosão da pólvora foi longe
Deixou em miolos um rosto coberto de sangue
E os pedaços sagrados de osso seriam colares
Um amuleto sombrio digno de merecid´omenagem

Brava é a beleza que nunca se encontra atada
Sem forma é uma magia triste e solitária
Algo que um dia jamais almejaria atenção

O corpo do copo e o fundo da cabeça partidos
São fragmentos de jóias de um ouro encardido
Em processo de valorização pelo sistema do espírito.

1 Comments:

Blogger Ramon de Alencar said...

...
-Mas a mesma gravidade nos faz ter os pés no chão. Já as mãos e os dedos, querem sempre apontar para um céu branco, feito a folha de um papel...

7:11 PM  

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