Processo Histórico
(Elinando F.)
Meu ser supremo atingido é o espírito da mente decaptado, lembrança escolhida do frio, sentimento do mundo afastado. Margem até certo ponto delimitada, faz do horizonte algo plástico, ignição de uma imaginação rebelde, ilimitada.
Os heróis dos tempos foram mortificados, lançados ao longe como um artifício a colorir o céu para nos extrair o mínimo de graça. A poesia agora é o caos, essa beleza mórbida na transparência desses vidros esfumaçados, onde um pouco d´agua, apenas um pouco d´agua é necessário para se ver melhor...
Recolhida nos cantos, seguindo um fluxo que não freia, essa consciência carrega as cheias, sangria daqueles que chegaram aos montes, montantes de irregularidade. Símbolo de forma muda, tendo pouco gosto, até soa bem, como a neutralidade de uma brisa que passa.
Qual o sentido deixado de lado? Qual o motivo de se fazer sentido hoje? Ah, como é problemático nosso dever! Pareço imitar um outro invisível, num rastro gêmeo de infames. Não! Eles nunca foram longe, apenas quando fecharam os olhos e sob uma vertigem gritante, tombaram várias vezes, sob o efeito inebriante desse sonho que cada vez mais parece deixar um infeliz.