Thursday, June 21, 2007

Desregistro

Desregistro
(Elinando F.)

Não nos registramos, ficamos na memória, histórias de anos esquecendo, dos anos que já se passaram. De trás pra frente estamos indo de encontro ao outro, fim dos fins, início para eternos outros.
Fatos como fatos, berço de essências frescas, quando expostas ao tempo da tristeza, roubaram de nós cada princípio. E como somos sensíveis, ainda sentimos o cheiro de longe. E com tal consciencia do tal, pareço abster de um sabor que era doce.
Quando passamos à frente, vamos adiante, até que na frente nos deparamos com a fronte. Não podemos fechar os olhos. Como uma profissão, temos que cumprir nossos atos, não estamos aqui por acaso. Por mais que o erro seja fato, o fato é que o sangue aqui é produto de um sistema coalescido, e não vítima do seu próprio fracasso.
Posto que firmes, arquivados nas mesas, nos armários, eis que espalhados ou organizados seremos folhas, alvo fiel das traças ou de situações mais drásticas. Cairemos no esquecimento? Visto que consta nos registros, seremos prova, ícones de um sentimento ferido de ambos os lados, fruto de uma bala que atravesa como um verme a nos roer de cabo à rabo.

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