Wednesday, June 06, 2007

Verme Em Mim

Verme Em Mim
(Elinando F.)

Dentro de mim ouço um soluço, uma voz a gargalhar. Verme que se alimenta dos excessos, da agudez da alma no transe que se aflora, quando na mente perco a memória e inconsciente, mergulho diante um semblante que líquido, colore a escuridão do pensamento em tons vindos do extremo-caos.
Num pedido de ajuda, pela oração me resguardo. Tenho no sagrado o corpo fechado, menção à luz que se apagou com o tempo e me banha quando a sensibilidade da alma tem de volta a Pureza. Feliz sou por me safar e ter outro dia em mãos, mesmo que na claridade, não tenha bebido do descanso tão merecido pro corpo.
Eis que é agora e só agora há de ser a vez que hei de ser forte! Parece o fim dos fins, quando no leito dessa amargura, hei de pedir ajuda a viver essa eterna dor de não poder mais superar a doença, maldito parasita que invade sem avisar o dia certo do envenenamento.
Toquei onde não deveria tocar e transformei tudo em tecido incansável de se regenerar. Oh, minha juventude! Ser poeta a morrer dessa falta que se escolheu, mais que só agora se vê seu valor... O amor, o vinho que percorre as veias alimentando o sonho que se foi, mas que vem como gosto, no olhar cheio do conteúdo que esse verme não tem mais do que roubar.

1 Comments:

Blogger Ramon de Alencar said...

-É por isso que se deve continuar, mesmo que para ver até onde se consegue chegar, mesmo para ver como tudo há de terminar...

1:37 PM  

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