Wednesday, June 27, 2007

Ecos Confusos

Ecos Confusos
(Elinando F.)

As idéias, não as vejo. Por querer vê-las, perco o medo e as vejo. São multidões, rostos se transformando, velocidade sem freio e invisível.
Se pudesse contar quantas são, perderia o senso, o gosto, a graça, é assim que se disfarça, eu não queria morrer em tal seio, eletrocutado, distante a léguas do choque.
Aqui parado, inerte ao acaso, calando o silêncio e ouvindo pasmo o que as idéias tem a dizer, me espanto: Elas não dizem nada, elas dizem tudo! Chega até ser absurdo, ninguém as enxerga...
Ah, pra que fui parar assim de repente a ponto de estagnar na inconstância? Eu não me arrependo, apenas não me entrego à ignorância, isos tudo que jogam fora, abismos que nos separam em lutas, histórias.
Arrependo-me de ter tido a idéia de parar de pensar para me deleitar com o fim que nos acompanha, outra trilha incerta nesse mar de conchas.
Vago a pensar nas ondas, ali ao longe como idéias aqui perto, como uma divina infâmia, Sol que já nasceu morrendo, atrás das nuvens dessas manhãs condensadas em idéias tristonhas.

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