Monday, October 30, 2006

Ruína

Ruína
(Elinando F.)

Meu diálogo complexo é a forma sagrada
Daquilo que não entendia e te encantavas
Sentimento infeliz causa de minha repulsa
No desejo de jamais isso ter existido

"Amor!" - Grito para as vozes caladas
Foste a desgraça final da minha ruína
Os pesos que dizem ser tão pesados
São leves e suaves como o vapor que alucina

Sempre três vezes dizendo as mesmas coisas
Tua euforia, em repiques, se deleita em furor
Mas se fosse belo eu diria que da mesma forma
Transfigurar-se-ia na eternidade que jamais finda

Oh! Mundo de glória que agora é só angústia
Tu exibes raras vezes no ano teu explendor
Mas abro a janela do meu quarto a relfetir
Que essa chuva passa da mesma forma que essa dor!

Sunday, October 29, 2006

Inverno Temporário

Inverno Temporário
(Elinando F.)

À contemplar os vários níveis do mar agitado, beijando o violento encontro dos ventos, a fúria perante a qual, na ausência de uma proteção lateral, o lado superior torna-se inútil nesses casos extremos.

Complexidade essa de ir embora, a inutilidade da espera fará cada vez mais empecilhos no caminho, e por mais que esses desvios sejam agudos, breve é nossa sabedoria perante esses obstáculos. Essas sensações são pouco frequentes, um simples toque atormenta intolerantes frenéticos: Sim, que esteja do lado uma escória, árduo é o tempo de saciar a insalivação.

No horizonte nebuloso, vejo seu fim como algo finito, uma esfera cuja gravidade gira em torno das variações, e nas tempestades, vivemos nesses lagos refutáveis, frutos de nossas incontinências geográficas, da irresponsabilidade matemática, desse desvio humano que debaixo dos panos, só os navios é que hão de rexistir ao dilúvio das geleiras.

Como te espanta o barulho, o impacto. Como te atordoa o silêncio, o hálito: Falta-me força, mas estou mantendo isso que chamam de forma, a garantia contra essa guerra, esse movimento de idas e vindas, mas o que importa é a permanência, o sonho, até que, no decorrer inconsciênte, hospedes se fazem presentes, sem invadir nosso conforto.

Liberdade: Eis a gaivota meditando, sob a projeção insana, a figura combinada, o segredo desvendável. Oh! Tempo que não me responde, imediatismos seriam incômodos a ponto de exagerar no gosto ou quem sabe, desvendar o outro lado desse jogo onde os dados deveriam se combinar de forma fidedigna.

Wednesday, October 18, 2006

Mares Do Sul

Mares Do Sul
(Elinando F.)

De costas pro Horizonte, o Mar não deságua
Nos fins do Sul, o Azul cai como as Cachoeiras
E as Ondas mornas refletem o Dia que se foi
Nas Nuvens poucas desse Céu ainda sumindo

Ah! Caminhando e estourando as bolhas de Sal
A fina Areia tateia a insensibilidade dos pés
E a Solidão que não reclamava da ausência
Descobre no silêncio o motivo de tal conforto

O vermelho do crepúsculo no embassar dos olhos
Floresce como na hora em que todo dia acordo
No entorpecer de uma noite de ventos a elevar
Os baixos graus das cristas de meus sentimentos.

Friday, October 13, 2006

Poderia Ser O Que Não É

Poderia Ser O Que Não É
(Elinando F.)

As coisas poderiam estar melhores, eu bem que poderia ser melhor, mas se falha, e também se faz da falha uma birra. De onde vem a graça disso que vos leva ao caminho, ao ensino e ao aprendizado? Digo eu que vais bem longe, vais mais longe que eu, e eu sei, bem sei que poderia estar melhor, ser melhor, mas nunca o melhor.
O realismo e a face da verdade, a crua e fiel melodia de um estação do momento , é fato, é sensitivo, pois é vivo, da forma que há de ser, pois se é, é algo que garanto ser belo e está corretamente medido e posto no lugar certo. Vos diria como um ator, tendo na platéia o vigor que falta, e nas rugas de uma velhice, a maquiagem ainda firme de um sorriso.
Ah! Se fosse perfeito, talvez haveria mais graça, perfeição de uma forma padrão, meio que clássico, mas não estamos no mesmo lugar, estamos errados, e se eu ficar parado, vai ser como as coisas estavam antes, medidas de forma desconjunta, mesmo sob o ideal de nitidez e de sobriedade. Sim! As coisas andam, e seguem pra onde hemos de almejar, pois está lá, um sonho muito fácil de se medir, de se alcançar, mas parece que se faz pouco pra essa causa tão sagrada.
As coisas bem que poderiam ser melhores, se do meu lado houvesse mais verde e esse ar que dilata os lobos cerebrais. Eu sinto como que pulsando em vibrações transcedentais, e eu juro, com minhas palavras, que seria eterno esse frescor que vos transpasso por meio dessas palavras, sob os desejos da melhor dedicação tão sagrada que está do nosso lado, e eu deixo tudo isso nas mãos, e as fecho pondo algo bem mais pesado no pensamento, uma alegria de passar o tempo, como se ele durasse nada além que alguns segundos, mas passa...

Thursday, October 12, 2006

Par Perfeito

Par Perfeito
(Elinando F.)

Você me faz querer voltar atrás de um tempo
Tempos que era um bom rapaz
Você me deixa alucinado com o tempo
E o tempo soa cada vez mais

Quebrando fios de cabelos mal tratados
O vento cheira a restos mortais
E a vida passa sossegada como sempre
Em recomeços anormais

Somos sentimentos combinados
Química de efeitos retardados
Reações em massas divergentes
Produto estragado mas decente.

Wednesday, October 11, 2006

O Barco Morto

O Barco Morto
(Elinando F.)

Sons e ruídos distantes
Como ondas a bater no mar
Contornos e formas deitificantes
Amor dócil até quando durar

Vozes em um silêncio gritante
Dores nos órgãos vitais de sonhar
Reduto de loucos tristes e infames
Beleza pálida da cor do luar

Fios longos e negros como os olhos
Medo de uma noite de não mais dormir
A vida é curta de costas pro mundo
Mas é melhor do que pra sempre partir

Diante do monte o mundo é pequeno
Aqui estou para dizer como é
Ser um ponto apagado e bem distante
E um Sol opaco de luz e de fé

Sons e ruídos distantes
Como ondas a bater no mar
Sou o barco morto e boiando
Nesse céu que eu vivia a voar.

Castelo de Areia

Castelo de Areia
(Elinando F.)

A semelhança da pura aparência
Em combate contra uma poesia irracional
Varrendo os primórdios de uma inocência
Cuidado com a violência do amor maternal

Sofrer de uma lembrança abismada
Apegado no que não há demais restante
Fica então o mesmo vazio entendiante
No olhar caindo dos cabelos sem fios

Constrói-se por fim como alicerce
O castelo de areia dos anjos caídos
Onde posam sem nunca terem pisado
No solo fértil que nunca serviu de abrigo.

Saturday, October 07, 2006

A Cova Simétrica

A Cova Simétrica
(Elinando F.)

Ah! Se não me fosse sagrado
Meu tempo seria algo cantado
Ressoando em ares e climas amenos
Nas redondezas de um mundo pátrio

Ah! Se fosse meu o encanto
Minha voz seria plena e entoada
No lugar onde a beleza era clara
Como em manhãs de ouro brilhando

E dizem que essa vida pára
Quando de repente ressurge do nada
Um canto rugindo de um pântano
Que eu cruzava sobre um rios de lágrimas

Beirando o carisma dessas vertentes
Cheiro o verde de uma forma abstrata
Sendo feliz dessa forma fria e amarga
Num existir latente nesse mundo.

Exposição de Frases

Exposição de Frases
(Elinando F.)

Aqui está minha bíblia sagrada
O livro que não tem as palavras de Deus
Mas a sinceridade do fundo d´alma

Aqui está a filosofia da Vida
A melhor ajuda pros momentos calados
Reunidos em gestos de histórias resumidas

Aqui jaz uma voz já esquecida
Ninguém se lembra desse nome um dia soletrado
Pelas ruas que se abrem agora em avenidas

Aqui estou defronte meus sonhos
Um palácio de cadáveres embalssamados
A ressuscitar sob o canto de versos tristonhos

Aqui estou existindo no mundo
No sorriso tímido dizendo quase tudo
Que as palavras tão estáveis não rendem

Avante amigos! Hemos de nos acordar
Aqui estamos na luz desse fim de túnel
Ouvindo uma voz bem distante nos chamar.

Friday, October 06, 2006

Repouso Tranquilo

Repouso Tranqüilo
(Elinando F.)

Quebraram-se as barreiras , não existe mais níveis, nem fronteiras. Parece ser tudo mais fácil, uma prisão na margem do rio, paisagem de séculos ou talvez, de uma história eterna de abandono e frio.

Vejo sem contemplar os olhares: A estranheza deixou de ser uma verdade e a injúria é o conhecer desse oculto virtuoso. O mundo deixou de ser duro, agora é pleno. Meu país deixou de ser mata e agora é incêndio.

Nas lembranças de imagens, existem sorrisos paralisados, um sentimento calado, condenado ao esquecimento. A coexistência neutra e pacífica deixa alguns segundos soltos no ar, um sopro de incerteza e um odor solitário.

Escrever e descrever esse momento, esse movimento de ondas lentas, fazendo o horizonte trêmulo e ao mesmo tempo belo é um sonho. Apagar da mente a dor é despedir-se de vez, pois não há mais espaços pra deleções.

Enfim, no transcorrer desse dilema, nada melhor que o prazer de um repouso tranqüilo. Dessa longa e segura decantação da qual estamos exaustos.

Wednesday, October 04, 2006

Mensageira da Luz

Mensageira da Luz
(Elinando F.)

Tu não me dizes de onde vens
Mas trazes sempre contiogo a mensagem
Que é preciso ouvir esse lado selvagem
Pois ele sempre tem algo a dizer

Eu me entrego a tua luz plenamente
Como que ouvindo essa doçura no voar
Por entre a eletricidade nos chocando
Nos gradeados desses muros de não tocar

Graças a tua magnitude de alta precisão
Tu devolves uma graça existente no mundo
Dando-me fôlego entre moléculas de átomos
Quando mergulho intensamente no vazio do ar

Sunday, October 01, 2006

Ao Limítrofe

Ao Limítrofe
(Elinando F.)

Faz-me um ser comensal da flora humana
Rodeando os alvos sem que seja prejudicial
Ao mínimo estrago de um sentimento emanado
Subtraia deste facho um passo transcedental

É que à partir desse ponto hemos de ser dignos
Da mais mais profunda esperteza de evitarmos o rito
Que dentre as causas ganha a consciência fundamental
De manter a ordem ante o estrago sentimental

Vou pois, seguindo estes intermináveis conselhos
Advindos do pensamento adquirido da comunhão
Efeito do trago adstringente de goles bêbados
Na busca de um sentido perdido na contramão.