Monday, February 26, 2007

Desenfreados

Desenfreados
(Elinando F.)

Ah! Multidão desenfreada!
Sentada às margens de uma calçada
Lado a lado unidos junto à semelhança
De um mundo perdido, sem esperanças.

Será que foi pouco o tanto sonhado?
Eles ficaram um bom tempo indagando
Mas tudo se foi com alguém que passou
Olhando com estranheza aqueles vultos insanos

Rezando para evitar algum desperdício
Uniram-se com as mãos sujas do vício
Para com elas evitar que uma réstia exalasse
O último vapor daquela ínfima quantidade.

Saturday, February 24, 2007

Reflexão do Estar

Reflexão do Estar
(Elinando F.)

Como Ser eu me movo
É a circunstância de não parar
E estalo, como ossos fatigados
Da mesma forma que ando a rastejar

Como Ser, do lado olho
E do meu lado, com espanto me vejo
Se não sou aquilo que julgava
Que seria eu agora nesse momento?

Como Ser que não chora
Sou a dor e o sumário desse lamento
Hei de suportar essa existência amarga
E me atar de vez à mão do sofrimento

Nos reclames de uma eterna solidão
Vivo a molestar meu amor com o silêncio
Sabendo que lá fora tendo o impacto
Prefiro me indagar porque estou aqui dentro!

Funcionamento Plástico

Funcionamento Plástico
(Elinando F.)

Pensar que não se pensa
Nesse horizonte vasodilatado
Onde os sorrisos se despedem
E os beijos são de temperos áridos

Engolir o que não se saliva
Descendo seco garaganta adentro
Num hálito antártico e senil
Em estações de mortes mil

Sentir o que não se sente
Nas lágrimas dos sorrisos fartos
Sob estômagos inflamados
Regado à ácidos desenfreados

Ser o que não mais é
Dentro de um neurônio invertido
Sem lembranças de ter existido
No cérebro de alguém destruído.

Friday, February 02, 2007

Poema Sem Nota

Poema Sem Nota
(Elinando F.)

Esta escrito em mãos trêmulas
Em sonos despertos e olheiras frias
Do lápis comum ao papel em branco
Repleto desse mundo inquieto que estou

Estou de aviso: Há uma nota rasgada
No agudo infeliz que me derrotou
Belas são as vozes dos mares tranquilos
Sob as notas das ondas mornas de um amor

Estamos fritos e o castelo é de isopor
Vivo nesse barco que o vento levou
Estou a caminho, vivendo de lembranças
E de memórias curtas partindo sem dor

Thursday, February 01, 2007

Giro Bêbado

Sobre o tempo eu diria: “É só medida, intensidade de luz, mecânica, enfim, uma roda que gira seus 360 graus”. Penso pois, que esse tempo é pouco, e se fizesse tempo, eu também diria: “Não é intenso, pois se há de ser, que seja como a primeira luz do dia...”.
Andemos, porém sem pressa - A jornada é longa, e quando ela romper, Adeus meu Deus! Nem terei mais medo, pois tudo irá, como tudo se vai, da maneira como está indo nesse Delírio.
E eu nem quero me lembrar, pois aqui não temos tempo, sendo ele Eterno e Louco, como tudo que é Intenso e é pouco, e se fosse muito, eu teria sua medida, Felicidade que fez de ti uma Imensidão, coisa que se propaga ao ver teu rastro.
O tempo te levou, mas no embalo dos segundos, deixou uma fração de um Canto. E é nesse eco fora do tempo, que eu me encontro, igual ao dia em que a hora veio e o tempo parou.