Sunday, June 11, 2006

Ao Cenotáfio

Ao Cenotáfio
(Elinando F.)

Ao cenotáfio erguido nesse lugar que fui esquecido
Hei de não mais voltar para onde jamais deveria ter partido
Das circunstâncias e correrias que nos levam a esse destino
Junta os meus ossos, faze-me um museu simplório do jeito mais fino.

"Ler para esquecer e viver para não sofrer", Seria um prelúdio!
Tal peso do engasgue não seria bem-vindo para esse mundo
Na firmeza da Batalha, para a morte endeusaria de flores
Tuas mãos póstumas repletas de toda demonstração dos horrores

É de tal beleza que eu vejo o céu ir aos poucos se tornar ouro
No milagroso espetáculo boreal dos tons se findando na noite
Termino desse sonho lançado nas mãos de quem não sonhava
Ser a véspera de um momento que precede uma alvejada.

Ao cenotáfio erguido nesse lugar onde eu fui exaurido
Vaguei por onde eu pude dizer o que deveria ser dito
Sendo expulso até me encontrar aqui estagnado para sempre
Em memória a servir de exemplo para aqueles que tanto lutam.

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