Saturday, June 03, 2006

Estreito Frio Das Tonturas

Estreito Frio Das Tonturas
(Elinando F.)

Nesses corredores frios, tenho estado frio, sem o agasalho envolvente dessas nuvens de sombras opulentes.
Nos olhares vivos, tenho me sentido vazio, mesmo me encontrando na boca rósea e macia da menina-flor e na brancura dos contornos que desaguam no umbigo lânguido e raso, de um prazer que só abranda com seu beijo quando o mesmo era mais morno...menos frio.
Ah! Quantos anos já se passaram! Quantas noites já me condenaram! Fui feliz para ter que pagar por todo esse tempo que estive em silêncio, conversando intrinsicamente mar adentro, com o horizonte que exalava ares que eu cercava de armadilhas falhas que por fim, deixaram escapar aos poucos uma verdade ocultada.
Assim o cavaleiro perdido andava, no paralelo dessa existência que nos traga. Eu seguia-o no pensamento obscuro para com esse mundo, e montado no meu cavalo, de quando em vez gritava
para as estrelas: "Avante companheiro, tu és meu guia invisível nesta madrugada, dai-me essa essência há tanto tempo roubada, eras a razão que me faltava, agora com o nexo de toda a dor que eu não tenho mais como obliterar, no horizonte dessa infinita caminhada!".
Malditos somos nós que continuamos, morrendo nús perante o aperto suave dos gatilhos, desse imenso rebanho de sonhos que se inundam sem deixar mais vestígios! Eis que por fim, tenho a dor configurada nesse caminho estreito, em que quase tudo agora vejo, como uma passagem para um mundo onde os céus partiram e deixaram no teto, nada além que uma luz queimada como lembrança...

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