Wednesday, May 24, 2006

Céu de Bálsamo

Céu de Bálsamo
(Elinando F.)

A sabedoria popular, o imaginário, eis a formula que deixa algo meio que estático: O povo vê o que está passando, o povo vê o que estou pensando, e esse tempo nunca pára, nunca deixa de perder a graça. Quem eu sou? Alguém que o mundo vê passando todo dia, no mesmo lugar, mas ninguém sabe que, eu sou a voz de ontem, anteontem, semana passada, mês passado, ano passado... Mas Por Que? É preciso explicar algo? Meu sonho parou quando eu acordei no céu de bálsamo, esse céu que eu queria estar livre, longe do desejo gradeado, eu sempre me via de um outro lado, agora eu me pareço vivo, mas não me questione se estou certo ou errado: Esse céu é meu bálsamo, o que todo poeta recita, e repete em toda obra, em todas as obras que a vida suja, jogando no céu poeiras rubras, púrpuras, cinzentas, escuras, filhas de um exalar condicionado a ser o que não deveria ser, mas é e nunca deixará de ser uma voz calando o silêncio até o tempo dobrar a curva... E a sabedoria popular, o que irá dizer? Ela vai dizer: “Eu vou ver no chão alguém sob uma forma nua, eu vou ver uma dor inexistente, eu vou me aglomerar mesmo que eu seja indiferente, pois vou ver em cada par de olhos, que esse é meu ócio, esse vazio, essa espera que nem dá arrepios, é minha graça, um sentimento que um dia existiu, e agora tenho engasgado de quando em vez, nessa voz que partiu e levou mais um alguém”.

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