Wednesday, May 17, 2006

Artimanhas e Peripécias

Artimanhas e Peripécias
(Elinando F.)

Os vultos não tem mais suas sombras: Vagam entre os ventos e se dispersam nas gotas de chuva. Volta e meia, de meia em meia hora o tempo passa e minhas palavras se vão, com suas letras secas caindo, sem o aroma natural, espalhadas pelo chão, no corrimão que o pensamento nunca abnega. Vejo beijos e os sinto em minha boca, ninguém conhecido promete as promessas, beijo e teimo sentir sinceridade na semântica dos olhares. Em que mundo estou? No mundo que sempre existiu, que contemplas em plenitude com outro mundo, esse mundo impossível e aparente, que há de um dia conceder-te sentidos. Oh! Artimanhas necessárias a driblar a si próprio, peripécias no subsolo de tua consciência: Não vês que cavalgas sem os incômodos do caminho e pairas no plano tranquilo das brumas realísticas? É, eis que o vulto que não mais te engana, tem pressa em atravessar diante o cego, causando frescor à alma, sem os mistérios martirizantes e sem testemunhas, vívidos à espreita da água mais pura e transparente, em que vês o chão, a superfície e um reflexo à oferta visual infinita.

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