Monday, May 08, 2006

Escara

Escara
(Elinando F.)

É o vômito de todas as cores se assentando
Bordando com detalhes uma mescla de odores
Profunda na parcial integridade da superfície
Surge até os ossos que até se roem de imundície

Escorrendo sacramentando a falta de consciência
O peso repousa na inércia do movimento desnutrido
Gerando de um foco, uma colonização de escândalos
Sem mais onde competir rente ao meio submergido

Avaliação difícil de ser discernida como forma viva
Só resta abrandar um corpo que não tem mais escória:
- É tudo rico de sabores cada vez mais supersaturados!

Vai que amanhã depois de dois anos de abandono explícito
A cura chega como um molde do cirurgião artista
Servindo-te junto ao mérito dos fármacos sobre os tecidos.

PS:. Esse poema fala da descrição de uma úlcera denominada "escara", típica de pacientes acamados por longos períodos.

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