Monday, May 01, 2006

Moicano Verde

Moicano Verde
(Elinando F.)

De esperanças, verdes elas cantam: Ela em teu cabelo, que não mais resta dos dois lados. Meu protesto é uma resposta para um surdo, um bebê recém-nascido, uma criança com dúvidas, um jovem que não quer nos ouvir, para um senhor que nunca ouviu e um idoso que só quer conversar. Foi! Eu descobri as esquinas e segui em frente pelas mesmas ruas que não sabia o nome, todas as casas tinham fachadas semelhantes, poucas eram parecidas e voltadas para as mesmas placas diante minha fronte. Na verdade eu não tinha decorado o nome e lá estava, no lugar cuja imagem não memorizei, mas sabia que era ali.
Sempre me perco nos esquemas e calculo agora o valor daquela graça que vinha chorando tempestuosamente de saudade: Não demora muito a sensação de uma picada, ela se sente e depois corremos atrás de um pulo para atravessar o esgoto, cuja lama poderia sujar nossas vestes. Ah! Se pararmos para pensar, não voamos mais longe, aterrizamos enfim no chão, e as coisas estáticas nos pedem ânimo para tomarmos alguma atitude: Alguém ao longe me chamava, mas não a via, usei meus óculos e o sol nos olhos que não vi, confundia-me com algo que poderia ser agradável.
Quanto tempo se passa no ônibus, nas calçadas, no banco, na estrada... Mas não vou falar dessas coisas que passam, pois o que fica cai no chão e se apanha mesmo que ao longe. Sob palavrões e risos, você conta seus míseros centavos e ganha nada mais nada menos que um aperto de mão cinematográfico. Nesse momento, perante a beleza do produto em tuas mãos eu diria: “Não viveria disso, de esperanças eu morri, elas todas me causaram tanto espanto, que tal tortura arrebentou minha cabeça, depois de uma queda em que fugia de uma chance a me tocar”.

PS:. Entre falsas esperanças clichês de fim de ano, o texto aborda o fato de ter ou não ter sonhos.

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